Sou uma mistura de sentimentos e culpas

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bage, rs, Brazil
Um eterno ponto de interrogação, sempre querendo saber tudo... um eterno ponto de exclamação, sempre fazendo valer uma opinião pensada e nao copiada da cabeça de alguém...

domingo, 18 de novembro de 2012

reticências...


Mato-te todos os dias, te destruo e me perco entre os destroços...
Aprendi a erguer castelos e te sufocar, aprendi a afogar-te em meu pranto, e mergulhar na minha angustia, morro eu, mortal...
Mato-te com as mãos, te mato com minhas palavras e tu ainda vives, sobrevive, teimosamente volta pra casa comigo, preenchendo o espaço que não quer ser vazio, que quer inundar-se da tua presença...
Estrangulo-te, empurro tuas palavras garganta adentro e ris tanto de mim, que choro, e te mato mais uma vez, mato no meu esquecimento sempre lembrado... Dói, a sua morte inexistente me dói, me mata mais que a ti...
Sei que tenho um peito onde repousar e um medo que me expulsa, sei que tenho uma razão infantil e um desespero adulto, insaciável, imortal...
Então adormeço meu medo e descanso minhas dores, recobrando as forças pra te matar numa manhã qualquer em que seu amor não alimente como antes ou que sua teimosia me irrite mais que suas mãos me aquecendo...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O palco...

Os vapores das casas vão se misturando ao cheiro da rua, e tudo caminhando junto, levando todos pra casa, cada personagem indo de volta para dentro do armário, cada mascara exausta indo descansar em alguma caixa empoeirada...
As fantasias vão se despindo de todas as verdades e transpondo as portas, indo de encontro ao nada de cada alma, do vazio de cada existência...como num espetáculo repetido, cada qual sabendo exatamente seu lugar, as verdades contadas agora perdendo o glamour...indo apenas, se indo..
Então toda a maquiagem, escorrendo, fazendo uma fina mancha no fundo da pia, quase desenhando um rosto desfigurado...limpa, parece gente "de bem", não...
Se agora um grande espelho refletisse até o que a alma fala, gritaria tao alto que nada se esconderia, são apenas roupas, são etiquetas, são medos e mentiras que ninguém mais quer saber...
Amanha outro dia, outra faceta, outro ouro falso para ofuscar o novo espetáculo de lugares cativos, de almas machucadas, de egos estraçalhados pela vaidade...