Sou uma mistura de sentimentos e culpas

Minha foto
bage, rs, Brazil
Um eterno ponto de interrogação, sempre querendo saber tudo... um eterno ponto de exclamação, sempre fazendo valer uma opinião pensada e nao copiada da cabeça de alguém...

terça-feira, 10 de abril de 2012


Revolto-me entre redemoinhos de soluços
entre as mãos e as palavras contidas...
Regresso-me entre frases não ditas e desejos abortados
desistindo dos dias que parecem estagnados entre paredes imaginarias
imagino-me colocando obstáculos demais entre nós,
sem entender o porque desta auto-sabotagem

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Percepções


O barulho da casa, os ruídos no assoalho, as portas rangendo...
o coração batendo, as veias pulsando, o medo circulando,
o vento soprando, o dia acabando, e outro vindo...
as coisas guardadas, o lixo acumulado, os sentimento dispensados...
o beijo negado, as flores mortas, o cheiro da rua...
a calçada molhada, as luzes acesas, o sol ofuscando...
as arestas, os resto de nada, o nada absoluto...
o silencio demorado, o corpo se mexendo, a vida revivendo,
uma pena que voa, um pássaro que canta, um grito calado.
eu observo tudo como se os olhos fotografassem cada cena, como se cada quadro da vida fosse sumir pra sempre, eu toco as coisas com fome nas mãos, com apetite insaciável nos dedos...como se o ócio alheio fosse algo invejável, como se a inércia das coisas eu também quisesse ter...queria ficar parada como um relógio parado, esperando que cada obstáculo sumisse...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ensaio sobre a desistência, parte 2


Escuto o silencio, são quase gritante os pingos d'agua na pia
os azulejos espelham meus medos, refletem as agonias das horas, os dias secos que vivi na companhia de minhas lágrimas
Afundo a lâmina sobre o véu, vai deslizando pela pele, até umedecer-se de vermelho, jorrando, molhando as rendas, o cetim
o ar me falta, o medo me invade, parece que quase me arrependo, parece que algo celestial toma conta....
como podes sentir este medo agora?
Não sei mais distinguir o vermelho das unhas, do carmim quente que sinto pela pele....
os olhos teimosos andam por todo o quarto, vejo as coisas mais familiares que antes...
a boneca da caixa de música parece sorrir, o pêndulo da porta parece que ficou estático, numa inércia fúnebre, num silêncio sepulcral...
Ouço ao longe ruídos, será que não me podem deixar em paz?
....as lágrimas secas tem gosto doce, e vão deslizando pela face, as mãos seguram no azulejo e escorregam, descanso, durmo?....