Sou uma mistura de sentimentos e culpas

Minha foto
bage, rs, Brazil
Um eterno ponto de interrogação, sempre querendo saber tudo... um eterno ponto de exclamação, sempre fazendo valer uma opinião pensada e nao copiada da cabeça de alguém...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


Depende de onde você olha,
as vezes depende de como você vê....
Você fica pensando no nada
e eu lhe digo que eu penso naquelas loucuras e sanidades incuráveis
Não tenho medo de seu julgamento,
temo é ter sensatez demais que me evite pulsar...
Não me olhe com esta feição de pouco credito,
não queira saber o que penso da sua falta de coragem,
o que você teme eu arrisco,
o que você mente
eu desdenho...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Suspiros


A pele os lábios as mãos
Os dentes as façanhas e os medos
A vida o peito e a indecência
o medo as horas e a rebeldia
meu corpo minhas artérias e palavras
convicções ideais e futilidades
manias paixões e vícios
taras maluquices e reflexões
você os outros e aqueles que não foram
as vidas passadas presentes e doadas
escolhas dialetos e músculos
o nada o coração e a falta de sono
angustias do ontem medos do amanhã
evidencias destinos e destilados
amontoados sentimentos e vazão
calhas falhas e navalhas...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


Quando nos tornamos uma fotografia que se quer esquecer? um bilhetinho que outrora fora romântico e que agora parece algo que se quer deixar quieto no passado?
Quando nos tornamos um dia que não se quer lembrar? um sentimento que se quer deixar adormecido, intocável?...
E quando com uma simples lembrança, parece que todo o castelo de sonhos que construimos vem ao chão, simplesmente por que ninguém lembrou de cuidar...
A vida vai assim se moldando, se enquadrando e as vezes nos expulsando, nos arrancando de nossas próprias vidas como se fossemos intrusos...
E da vida que eu não vivi que tenho mais saudade, é dos sonhos que não realizei que sinto falta, é da fome que não saciei que me sinto satisfeita...
Por que não se advinha, não se prevê os acontecimentos óbvios?...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Açucar...


Eu escuto o silencio, e toco as notas do tempo em acordes doces,
os dedos em perfeitos toques se misturam com o vento que parece tecer uma música nos fios de cobre.
A pouco existência e toda sua insistência, me prende ao suspiro que contenho e solto, ondulo e derrubo, meus beijos se rendem, se debruçam sobre teus desejos.
Teus medos, meus meninos dóceis, a cantar nos meus ouvidos e temer que eu não os queira escutar, e eu penso sem dizer, que fiques assim o tempo que precisar...
Ah tua mania de querer adivinhar nas entrelinhas do meu pensamento o que vem a seguir, até eu mesma desconheço meu bem, o dia de amanha é apenas uma quimera...
Que você pensa que pode fazer com esses seus olhos fixos?
Por que você acha que posso resistir?
Teus medos, meus meninos dóceis, a cantar nos meus ouvidos...
Um dia ainda decifro a verdade inteira, e posarei uma noite nos teus devaneios
Um dia ainda devoro teus desejos, e passo uma tarde nos teus jardins de sonhos...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Nada meu peixe imaginário num aquário de sol
Viaja pelo mundo meu pensamento sem sair da segurança do meu quarto
As paredes parecem me proteger daquilo que nem eu mesma temo mais,
minhas preces não mais atendem as minhas expectativas


Mergulha meu amor afogando-se debilmente na saliva de meus desejos
e vou tentando tatear a verdade em meio a meus medos infantis
São como vendavais de cores psicodélicas, um caleidoscópio de sensações...


Fico sentindo o beijo que ainda não dei, a prender-me, vida e a respiração
Meus gritos vivem abafados pelo amanhã, pelas incertezas do não ser...




sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Noite Invisivel


A tormenta silencia, na noite dos monstros acordados
a tempestade avança pela noite e clareia o breu dos meus pensamentos
minha carne cravejada de ossos desejando libertar-se
meu desejo rompendo o peito e esvaziando o espaço entre o tempo
as lacunas entre meus dedos, como garras afiadas, vão delimitando, conjugando, se perdendo
Arranhando paredes de papel em seda pura, desfiando a vida que se segura por um instante em meus lábios
Buscando o fim, encontro teu peito, arqueando, medo e coragem se enfrentam, tal qual um bardo errante eu entendo a canção do teu olhar...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011



O sutil toque avançando pela pele
ruídos de corpos entrelaçados, suspeitos de crimes carnais
o beijo intruso e o silencio que se segue...
rompendo a escuridão da noite, fazendo nossos desejos iguais...

O sim que desejo, o não que reluto
quando pedes algo, silencio até perceber que também quero
as mãos, as lágrimas, tudo tem lugar
é a divina essência que exala, é meu medo que delimita
meus anseios sufocam no ar...

Ah se teus beijos alimentassem a carne, que vibra a simples presença tua
meus dias escuros se iluminam, minhas infantis crenças se desfazem
teus olhos me procuram, eu me perco
percebo o quanto a vida me faltava...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Insônias


Eu fico na noite a experimentar sensações
eu fico entre o corte e o beijo entre cortado
e pensando nas dores d'alma
aquelas que as vezes teimam em me seguir
mesmo que eu não as queira mais comigo


Eu fico nas madrugadas a recortar pedaços,
tirar pontas de vidas e cola-las novamente, como se assim tivesse mais graça,
eu penso nos dias recém amanhecidos, como portas que entreabertas nos dão medo de olhar...

Eu fico pelo breu a roubar pequenas vidas,
uma flor murcha num copo d'agua que quer ser bebido
meu gole seco de algo mais forte, me faz lembrar que a manha já vem,
outra vez...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011


Tem roupas no varal, tem sentimentos pelo chão
tem vida fugindo pela janela e tem amor cometendo suicídio

Tem dias que se acabam sem ninguém sequer perceber
e tem dias em que eu queria ficar sentada numa calçada olhando o momento passar

Tem horas que cabem em mim e tem dias inteiros que vivo em minutos ...
mas tem dores que custam à cessar....

Tem coisas que jamais vou entender, e tem gente que jamais irá me conhecer...
percebo que pra cada dia tenho uma máscara nova pra usar...
e tem dias que mesmo sem máscaras ninguém me vê

Tenho tantas vestes pra estrear e tem dias que queria me despir
tem pudores demais no teu olhar e tens teu olhar demais sobre mim...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011


Tenho um sorriso meio bobo, entre as mãos e algo mais
é como um dia em que tudo se encaixa e a vida vai sem graça
e vai se moldando em meu rosto, entre verdades e vendavais
assumindo uma incerteza, sentindo-me avulsa...

Tenho um sorriso meio bobo, delimitando fronteiras
entre minha pele e meus nervos, indo de encontro à meus medos
Tenho um jeito peculiar de analisar e desentender,
desentendo todas as minhas confusões...

Tenho um tempo perdido, se perdendo dentro de mim
e quando acho um caminho sempre percebo o mesmo fim
tenho no sorriso brotando na face disfarçando, quase cômico
tenho todas as horas disponíveis, mas as receio....

Tenho medo das horas não vividas
Tenho medo dos dias que não nascerão,
Queria um dia a mais nas nossas vidas
num verão, qualquer estação, qualquer janeiro...


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um dia sem brilho, as casas sem cores, o mundo sem luz,
eu vou indo pela rua ouvindo a música silenciosa dos meus passos
lembro quando me ensinou a escutar o vento,
lembro quando me esqueci de ver além
A espreita do tempo eu vou enganando dia após dia a minha própria vaidade... pensei no teu sorriso, num lapso aberto, brecha de horas...


Como se o tempo, caprichosamente teimoso, tivesse desligado o vento
e tudo mais tivesse ficado suspenso, tudo perdendo cores e texturas,
assim como uma musica de para de tocar pela metade...
A insanidade parece ter se tornado verdade e a mentira ganhou ares de real apenas por que o dia quis ficar parado imóvel como um traço fino ar...







segunda-feira, 17 de outubro de 2011



Abra a porta da sua casa e deixa a vida surgir de repente
não importa o mofo ou as bugigangas, importa saber que você acordou
Não quero alegria falsa, nem tampouco felicidade de comercial de margarina,
quero o teu riso aberto, quero teu abraço verdadeiro...
Abra então a porta e as janelas e deixe que isso tudo que esta dentro transborde, deixe espelhar-se nas paredes, deixe a agua refletir o teu rosto...
Abra a porta da tua alma nem que seja pra olhar para fora... deixe que as pessoas amem os seus erros e entendam que você acerta por errar bastante....
Abra as portas que também estão em teu coração, deixe os sentimentos livres, com as portas abertas eles aprendem a fixar-se ao vento, o vento sempre volta a soprar....
Abra todos as fendas na tua alma, deixe que o calor aqueça e não queime... não esqueça de admirar as façanhas alheias e admiração é maravilhoso, estranho é querer admirar só...
E se não der tempo de fazer todas estas coisas hoje, não importa, você pode refazê-las sempre e deve... e todo dia melhorar algo, trocar um ponto por uma virgula, trocar um não nem que seja por um talvez, permitir-se é mais digno que negar-se por medo....

terça-feira, 11 de outubro de 2011


Apague a luz, que assim se vê melhor
desligue o tempo e vá recortando das paredes os papeis
deixe as horas se fazerem de desentendidas e fique assim, sem dó de mim
Me deixe olhar a indecência, me deixe amar a tua descrença
acreditar nas tuas mentiras, meninas bem vestidas que me parecem tão verdadeiras
Me deixe estar, a meia luz, a meio gole de chegar, e fecho a porta pra ficar sozinha
mande me buscar, me tire pra dançar e então não diga que não sei fingir

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Frágil silêncio...


























Cai a noite, despenca os sonhos, como um piano de emoções que rompe o silêncio e cai na calçada.
Rompe o peito, o último pulsar, a sinfonia única sem ritmo envolvente, mas preferia-lhe que continuasse a bater.
Descansa a nudez das ideias, descansa o torpor do corpo e faz-se de amigo a insanidade.
Varre o medo, expulsa o amor, faz-lhe beijo gelado, nada se move ...








ilustração(Di Lameira)

terça-feira, 4 de outubro de 2011


Já não vejo teus olhos olharem os meus
e fico observando aquilo que se perde no ar
Já não nado sozinha no meu aquário imaginário
já não me afogo por desconhecer o que me falta

A tua ausência já não sinto tanto
parece que a alma encontrou um lugar
ou deslocou-se entre a pele e o ar que se evapora
algo que completa sem que eu perceba

À mim parece que me falta um farol,
algo constante nessa minha estrada
Não importam as luzes, as direções, os sinais
sempre escolho um caminho confuso...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011



Teu coração atrai meus sentidos
Minha audição mantém uma relação com teu peito
Sempre que o ouve bater, aproxima-se pro meu corpo dormir ao som teu




sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Tem dó de mim, brincar eu sei, falar a verdade é que complica...
Tem dó de nós, amar não basta, eu queria mais... bem mais...
Tem dó do dia, assim ensolarado, aberto e sem você
Tem dó de ti, se fazer sofrer assim, agora eu sei, compreendi...

Indo a passos abertos, sumindo pelas esquinas..
Indo como quem não volta mais, surgindo quando não espero
Indo com dor no coração, e uma máscara sobre a face
Indo, apenas indo e sabendo que a alegria tem nome...

Sorrindo quando te perguntam como esta...
Sorrindo quando ao passar na rua percebe o que era bom
Sorrindo sempre que alguém te olha e por instantes é familiar
Sorrindo, apenas pra não ter que explicar outra expressão...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Senti o peso do nada, o sal do teu doce e o medo da coragem
Viajei por dias ensolarados e vi luas incrédulas
Sonhei quimeras de amores perdidos, vivi horas de infindável distância
Agora sinto o ar já rarefeito, sugando o suspiro dos meus pulmões, percebo que nada existe... apenas portas trancadas, janelas altas demais...


Medi o medo pela sua incapacidade, pensei que era mais que isso
Toquei o tempo, corda por corda, melodia das horas...
Dancei a música silenciosa dos teus sonhos, ouvi tudo que não dissestes...
Sentei calada, pensei... bem que se podia deixar-se adormecer, dormitar no tempo, como uma anestesia para suportar os pensamentos.....


Parece que os dias tem uma teimosia, um que de não ter motivo para dar explicação...
E ficamos todos, expectadores do tempo, moderadores do nada...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


De onde vem os girassoes que hoje encontrei no teu olhar?

Quem inventou você, e disse que tinha que ser assim?

Só pode ter sido obra de algum artista

que todo orgulhoso quis brincar...




Tenho em mim o cheiro das tuas flores...

Vem assim pelo ar, vem pra mim pela incerteza de estar

mas me diga de onde vem os girassoes que ainda estão no teu olhar?...



terça-feira, 13 de setembro de 2011


Na noite passada, nas lágrimas da chuva,
estavas sim, eu sentia...
No breu do meu sonho, que sempre foi por ti, estavas tão bela que mal pude perceber
que sua face escondia medo...
Na fuga do beijo por entre os dedos, o medo, a falsa verdade, o verdade fingida, o amor corrompido, escondido ...
No encontro não marcado, no esconderijo, nas mãos que seguram firme, no coração que foge livre como pássaro...
Meus pesadelos estão acordados para ver sua beleza, e sua tão fina pele tenta deter o calor que se desprende... viaja pela infinidade de calhas que a vida se drena...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011


Ficou a mão, por sobre o ombro
deixou estar até a exaustão
e quando era mais um tempo bom
deixou amar mais do que podia

Ficou pensando no que dizer
e quando não achou a palavra certa, desviou o olhar
mostrou que era mais que imaginava
e quando não encontrou obstáculo, sorriu...

Tentou achar um motivo, e para ficar o encontrou...
Parecendo bobo, segurando as mão, o calor que queria partir
a vida era pra ser assim, mas não se sabia o que pensar
ficou repousando o olhar e quis o beijo entrar em cena...

Minha pele quer entender, meu beijo quer se achar
meu mosaico de sentimentos, meus amores, quebra-cabeças
a insistência de ser, a desistência em se dar...

Meu caminho quer cruzar, meu lógico quer perder o rumo...
quer sumir , quero perder-me dentro de mim..
numa amalgama de sentidos e de sensações que o entendimento desentende

Meu sorriso quer disfarçar as horas que não passam
e deixar de ser somente mais um nesta ida sem fim, nesta falta de destino...




terça-feira, 6 de setembro de 2011


E descobri que tudo vai mais alem do que se pensa...

Vai alem das mãos,

além dos limites dos olhos,

vai escoando pelas arestas da alma...

Vai delimitando e ultrapassando a linha do horizonte...

Fluindo, invadindo, respondendo e perguntando...completando...

Seguindo uma linha imaginária, contornando, sentindo os gostos, provando os toques...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ontem

Meus fantasmas de cabeceira, sempre a espreita de meu sono
Meus medos, meus monstros de roupeiro, infância povoada
Vinham noites que os sonhos eram verdadeiros encantamentos
e tinham dias que, fantasiados de medo, meus sonhos vestiam-se de pesadelos

Minhas meninices, meus brinquedos imaginários se lançavam em oceanos, a afundar navios...
e tudo que antes eu sonhava, de uma forma ou de outra, formou o que hoje eu sou, abriu-me a possibilidade de sonhar, deu-me a dimensão de saber até onde podemos viajar pela imaginação, infinitamente...

terça-feira, 30 de agosto de 2011


Há tempos que as horas se desprendem do meu relógio
e ficam a girar em ponteiros imaginários,
em pensamentos desconectos...
Na tentativa de reorganizar, vem o abraço do tempo perdido
de tantos dias de tempo jogado fora
Nesses dias em que as horas não passam
parece que há um peso que torna os segundos demorados.
Penso nos dias de horas velozes, que não há tempo para nada,
queria poder poupar o tempo...
Queria mesmo era um minuto que fosse de tempo completamente estagnado
em que brincar de matar tempo fosse diversão....

quarta-feira, 24 de agosto de 2011


Teu sorriso brinca de maldades com meus olhos
e eu que não sei entender, te compreendo
Teu beijo fala coisas que o silêncio traduz
e meu medo se perde nas tuas mãos

Meu coração se confunde entre tantas cavidades
e o meu não, queria hoje fingir ser verdade
Teus olhos trazem tempestades que não quero enfrentar
e teu veneno me mata quando me alimenta

E as mentiras vestidas de branco
Fingindo uma inocência fugaz
e essa verdade tão falsa,
rompendo sob meus pés este cadafalso

Há de me entregar ao inimigo
meu coração tão insano
Há de dizer meus segredos
e ainda tripudiar dos meus devaneios

Mas acordo e sinto o veneno ainda nos lábios
e a malícia ainda passeando sobre meu peito
Entre limites do meu corpo, pele e alma se confundem
e teu sorriso me aparece como antídoto _ me rendo...


Não acorda não meu bem, que é só o sol que vem
Não precisa se preocupar,
que ninguem há te acordar
Não há nada de errado nesta manhã, se o sol não quis aparecer, não há de ser mal


Vem o sol desenhar figuras no seu rosto antes de despertar
Ou me dizer que as coisas são melhores no silêncio do teu sono
me mostrar a diferença dentro da igualdade
me dizer que somos únicos nessa nossa pluralidade


É neste dia, que eu quero entender ,tudo me segura
tudo aquilo que me impede de dizer o que eu sinto
É neste dia que nao chega, que quero o que ainda nao sei,
quero me perder, quando me encontrar...

terça-feira, 23 de agosto de 2011



Eu vi na face em movimento, um descontorno desigual
e foi passando como um vulto, e os olhares se cruzaram
se olharam mas não se perderam, num momento tão breve...

Mas o corpo se esgueirando, deslizando, e sumindo à meus olhos
levou o perfume, levou a volúpia que estava no ar...
Foi o vento se acalmando, e os olhos voltando ao normal
e quando já passado, ficou uma incógnita, um vazio

Ficou o toque de veludo nas mãos
E um gelo de mármore nos lábios
como se me tivessem roubado um dos sentidos
e percebendo que na verdade mais um ganhara

E foi meu peito acalmando, numa trovoada que se espalha
Meus olhos não encontraram mais, mas também nem mais precisavam
foi como se houvesse gravado algo entre a alma e a pele

E numa fração de tempo, em que o tempo não mais se soma,
parecia que uma vida toda havia cruzado, como uma linha imaginária que se rompe
Explicando que a única razão de ser é estar sempre nesta procura...


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Definição


As mãos fixas, estendendo o fio, longe...
e o som, rompendo o silêncio
espalha o brilho que vai se confundindo
são como pérolas que se perdem pelo tapete
e não encontramos mais o início

O beijo se acha, outro corpo que se doa
o cheiro se perde e em outro se completa,
os lábios, bailarinos, dançam até a exaustão...

Vai indo pela face, o sorriso
e vai completando um sentido após o outro
e sem saber o que se faz, sempre nega existência
Mas o peito já entrega toda a verdade contida
e os bailarinos hábeis, cúmplices,valseiam...

Os reflexos no teto, as estrelas tímidas pela opacidade
vai a vida se abrindo, vão os sentimentos se liquidificando...
traduzindo os sentidos, sempre em uma língua incompreensível
que só quem sente pode conceber...


segunda-feira, 8 de agosto de 2011



Barcos perdidos, ancorados
porto-coração, sem sentido
sem direção, sem destino, e a pergunta no peito não se responde
veias de madeira e ferro, fingindo delicadeza inexistente


Há quem não sabe o que procura, e se perde entre faróis
Há quem de tanto pensar ter encontrado, não percebe a dança das marés
Meu peito de matéria impura não espera nada, apenas que enferrujem os sentimentos.
Nesta impureza há tolos de alma que se julgam deus dos mares...


Eu choro as lágrimas que se perdem no ar
e vivo dias que se confundem com infância
e nas ondas parecem meros barquinhos de papel
a se perder pelo horizonte...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Confusão



Na dança das horas, sumindo pela noite
e as batalhas em campos de seda,
se amando entre lágrimas da pele,
o suor de almas apaixonadas...


E as flores de tantas primaveras,
os outonos esquecidos no fundo de um baú
e as memórias perfumadas, que trazem à tona
uma nostalgia afiada, destilando censuras...


Entre farpas sussurradas de sentimento inexistentes
Assumindo um não falso, um sim destruidor...
Palavras que vem em sopros rarefeitos
fazendo meu peito romper o limite estabelecido.




terça-feira, 2 de agosto de 2011

O dia


Quando chegaste parecia brisa de verão
tentando refrescar o calor
e querendo ser mais que um simples segundo
assim tão puro como roupas no varal


Teus modos de vendaval
teus medos tão tímidos, como meninos descalços
sempre escondendo entre os dedos
os beijos que tanto pensei.


Tuas palavras, cantigas, ou apenas delírios meus
soam a meus ouvidos, como ondas que se quebram na praia
Ah que medo de o fim existir
ou das lágrimas descobrirem o caminho...

Tramas


Tem se sucedido dias em que me surgem trilhas que nao sei se sigo...
Tem se sucedido falhas onde nao encontro a malha que me quero tecer...
Tem doído fundo os golpes que a vida me tem devolvido, mas tenho soltado as amarras que me prendiam antes ao que nunca fui...
Tenho agradecido sempre ao prazer que antes nao sabia sentir,agradecer de fato por que ao me aliviar o fardo tu me fez crescer, estou imaginando agora o quão louca pensas que sou, nao te abandonaria se nao tivesse certeza da minha liberdade!!Carinho me conforta a alma e me acende o corpo!Me faz viver!!
Por que só posso querer da vida aquilo que nutre a alma, que me faz engrandecer...
Sorrisos mesmos falsos, agradam...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Desafio do tempo...


Do ato de estar
do dia de amar
do feito de procurar
e me perco em me achar...


Do amor que acalenta
do beijo que alimenta
do sorriso que completa
do medo que espreita


O teu hálito se confunde
com menta fresca e mentira
e meu beijo já não muda
entre o corpo e a saída


A vida vai assim passando
e do passado já não vivo
das mãos dadas já se soltam
Ah, pra se perder basta um gesto...


A longitude é proximidade
a gaivota que o diga
a romper muitas primaveras
aprendeu conjugar eternidade ...


Não há dia que não passe
e na estação já surge outro
é um trem que nunca falha
por mais que descarrile...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Questões de coração...


As vezes me vejo dentro de algo que não se abre pro mundo
como um ostracismo endoidecido que não passa
Não sei ao certo como bate um peito,
se existe realmente algum sentido
Se existe sequência para que eu siga
ou se o caminho é por mim traçado...
Se o vento sopra sempre do mesmo jeito
ou se cala para o tempo passar...
Se o beijo é consequência de se amar
ou se o amor nasce de se beijar...
Se no coração cabe realmente alguém
ou se é insistência humana fingir assim...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conjugando amor...



Depois de amar, se liberta
Antes de estar, se deseja
Ao se deixar levar se perde uma parte
Se diz perdido quando na verdade se encontra...

E de amar pra sempre, descobre o finito

de tentar muitas vezes, percebe-se cansado
e sempre que pensa se liberta um pouco
e nesta liberdade vai se perdendo...

O
chão que segura vai se expandindo
e na inútil tentativa de amar, me contradigo
tentando entender também desentendo
no desentendimento que não me completa...

É como um vôo quase às cegas

e se busco o fim é quando não o encontro
O que eu previa, agora me engana
na tentativa de então completar me singularizo...






sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sensações






Me fiz sentir a vida assim, ao tocar o tempo que não se perde, ao fazer de tudo uma melodia...
Me fiz gostar ainda mais de ser quem sou, e saber que o sonho não termina quando se acorda, perceber que a doçura mora nos teus lábios...
E da vida eu sinto os toques, os cheiros, e tudo que existe de nós que se copia e se expande...se contrai meu peito e tenta expulsa-lo, desiste da impossível tentativa...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quem?


E quem vai sentir falta se a musica se calar?
Quem vai sentir saudade se o silencio se fizer mais profundo
e quem vai notar a inexistência do ritmo que se extinguiu?
Quem vai dormir mais tarde se mais um coração deixar de bater, na inútil teimosia de sofrer de amor...
E quem vai deixar de sair por que as janelas ficarão fechadas para sempre
Quem, me respondam quem
Quem vai deixar de sorrir se as flores deixarem de produzir perfume
Quem vai morrer um pouco pela ausência de amor
e quem? Quem vai chorar mais alto, quem vai chamar por mim?

Quem vai bater a minha porta quando me demorar a acordar
Quem vai notar que não saí pra trabalhar
E quem vai dizer a todos quem um dia fui?
quem vai então, como não apenas mais um, dizer que sente saudade?
Quem vai querer voltar para casa quando a chuva parar...
quem vai querer então me reencontrar?
Não, quem vai fazer do dia menos cinza, pra que meu peito não desista...
Quem vai querer adormecer perto pra meu sono velar?
Quem?












Foto(Diego Lameira)

segunda-feira, 18 de julho de 2011


Desorganizei a casa pra você entrar
Desarrumei a vida pra você chegar
E chegada a hora de nascer amor
tudo volta ao lugar, confusamente sem graça

Coloquei o amor onde antes estivera
replantei as flores no azul do céu
joguei os peixes de volta ao mar
e me falta ar pra saborear a vida

Repensei coisas que havia esquecido
Amei o ódio e o tirei para dançar
fizemos valsa no tapete vermelho
e dançamos amor pela escadaria


Joguei o tempo contra ele mesmo
e troquei as vidas de lugar
Armei contra o destino
e descansei no peito que não é meu

Endoidecida pelo desamor,
descobri passagens que me prendiam
embebecida pela minha insolência
me descobri muito mais perdida


E do amor não quero mais nada
a menos que ele também me queira
A vida é mesmo uma grande surpresa
e eu cansei de ser a única a não entender

Às vezes parece que estamos lado a lado
e vem o destino e nos desune
Às vezes parece que se desprende algo
que fica suspendendo esta existência

quinta-feira, 14 de julho de 2011


Como o ar que se prende nos pulmões até sufocar,
Como o amor que preenche algum espaço entre o peito e o córtex cerebral,
Como o sorriso que completa a face e faz rugas desejáveis,
Como o beijo que se adapta a saliva alheia e aprende tirar dela o melhor sabor

Mas como a incerteza que não queria ser assim
Mas como o medo que queria ter coragem
Mas como o sonho que queria ser pesadelo
Mas como tudo que sonho que queria ser real

Espero teus olhos acharem os meus
Espero tuas mãos encontrarem o caminho
Espero o fim que venha encontrar o começo
Espero acordar deste meu devaneio...

Busco a chuva a lavar a calçada seca
Busco o frio esquentar a alma
Busco o que já existe para compreender-me
Busco na mentira o que me acalma

Beijo uma boca a procurar a sua
Como se o ar que prendo pudesse conter-te
Mas como tudo que sonho não vem a ser meu
Espero o dia que matarei minha sede
Busco encontrar teu cheiro que já se perdeu...

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Teus olhos me acham, e eu me perco
sinto medo de ser e vontade de estar...

Teus olhos me buscam e eu fujo
e este medo de entender e não realizar...

Teus olhos se encaixam nos meus e eu desvio
é sempre o medo de amar como jamais pude...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Análise....


Das janelas, tão altas de minha alma, vejo seus olhos, tão indiscretos a me censurar...
Dessas ruas cheias de gente, cheirando a urbanidade, vejo sempre algo que me faz parar, analisar...
Dessas pedras já jogadas e que retornam sobre você, mostrando que na verdade os erros são somente seus...
E das calhas destas casas, vejo escorrer o limo verde, mostrando a velhice de nossas mentes, a apodrecer nosso senso de discernimento.
Geração após gerações sobrevive sempre o mesmo medo de cometer-mos os mesmos equívocos...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Excesso de verniz....


Se pudesse pedir silêncio, pediria o silêncio de uma música bem alta de Janes Joplin,
que quanto mais alto, menos se ouve as interferências do mundo...
Se pudesse pintar os muros, como no tempo que não se podia, faria caretas, pintaria todo o ódio em vermelho, lascivo e cravejado, destas coisas todas que sinto e que me transfiguram...
Mas se eu pudesse algo, algo que realmente ficasse pra sempre, calaria...
o silêncio também grita, também vocifera,
e faz-se ouvir de mais longe, ao menor ruído...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ainda...




É quando as flores artificiais murcham, que percebo o quão real era o que existia antes...
Até as paisagens no quadro da parede perderam as folhas... fica a vida em sépia...
Não quero fingir personagens, por que assim não seria verdadeiro, preciso de felicidade que dure...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Como nasce?


E minhas rimas ricas já tão bonitas.
Meninas tão enfeitadas, perfumadas,
esperando a vida se encaixar,
fazer rimas com o verso acima
e fazer amor com o "r" que se desprendeu da palavra rota,
traçando outro caminho...então o ota se empresta ao jota pra fazer o jardim florescer...
Não serão então somente flores, já mortas num vaso chinês, parecendo amostras de vida sobre a mesa, mostrando que ali jaz o que um dia vivia, la fora entre os pássaros e roupas limpas no varal...
E você que as achou belas demais, trouxe-as para sua vida enfeitar... esta já tão insossa...e que culpa tinham as flores?

quarta-feira, 15 de junho de 2011


Tua beleza é cega
ainda assim tão bela
e me faz graça e amar somente


É de uma beleza tão fugaz,
me faz de criança
ao tentar decifrar teus devaneios...
Minhas mãos tão ávidas de toque, tateiam a tua face
descobrem a vida inteira.


Teus sonhos não cabem nos meus, então eu abro brechas na minha vida pra encaixa-los... deixo de sonhar os meus pra realizar-te os mais sutis desejos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Devaneando...



E a lua e o sol, nada disso terá importância....
e o vento, a neve, as brisa quentes de verão, calem-se todos, meu amor quer reinar único, exageros, rompantes e todas as vidas que vivi até este momentos, guardados em meu peito que agora explode, rompe a carne, sangra meus devaneios e divaga com meu ego ferido em batalha....conversam, confabulam e sem chegar a uma conclusão, adormecem em minha mente, que de leito se faz a teus desejos....

segunda-feira, 6 de junho de 2011


Se não há de te apaixonar, que seja assim...
mas tem o cheiro lá de casa, e o andar, malevolente quer roubar, quer ser pra mim...
Se não há de existir, tampouco hei de chorar,
mas já te contei minhas histórias e tudo pareceu lhe agradar, mas se não dá de te apaixonar, não sei mais....
Tem aroma tão familiar que nem sei como explicar,
mas se não há de mim gostar, hei de me deixar partir...

quarta-feira, 1 de junho de 2011



E fez-se a luz, não a luz humanamente descoberta,
mas a luz que emana sabedoria sobre coisas tão simples,
que pondero até as minhas menores descobertas,
fica sempre parecendo que as coisas novas
demais estão velhas à meu conhecimento