Sou uma mistura de sentimentos e culpas

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bage, rs, Brazil
Um eterno ponto de interrogação, sempre querendo saber tudo... um eterno ponto de exclamação, sempre fazendo valer uma opinião pensada e nao copiada da cabeça de alguém...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Desafio do tempo...


Do ato de estar
do dia de amar
do feito de procurar
e me perco em me achar...


Do amor que acalenta
do beijo que alimenta
do sorriso que completa
do medo que espreita


O teu hálito se confunde
com menta fresca e mentira
e meu beijo já não muda
entre o corpo e a saída


A vida vai assim passando
e do passado já não vivo
das mãos dadas já se soltam
Ah, pra se perder basta um gesto...


A longitude é proximidade
a gaivota que o diga
a romper muitas primaveras
aprendeu conjugar eternidade ...


Não há dia que não passe
e na estação já surge outro
é um trem que nunca falha
por mais que descarrile...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Questões de coração...


As vezes me vejo dentro de algo que não se abre pro mundo
como um ostracismo endoidecido que não passa
Não sei ao certo como bate um peito,
se existe realmente algum sentido
Se existe sequência para que eu siga
ou se o caminho é por mim traçado...
Se o vento sopra sempre do mesmo jeito
ou se cala para o tempo passar...
Se o beijo é consequência de se amar
ou se o amor nasce de se beijar...
Se no coração cabe realmente alguém
ou se é insistência humana fingir assim...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conjugando amor...



Depois de amar, se liberta
Antes de estar, se deseja
Ao se deixar levar se perde uma parte
Se diz perdido quando na verdade se encontra...

E de amar pra sempre, descobre o finito

de tentar muitas vezes, percebe-se cansado
e sempre que pensa se liberta um pouco
e nesta liberdade vai se perdendo...

O
chão que segura vai se expandindo
e na inútil tentativa de amar, me contradigo
tentando entender também desentendo
no desentendimento que não me completa...

É como um vôo quase às cegas

e se busco o fim é quando não o encontro
O que eu previa, agora me engana
na tentativa de então completar me singularizo...






sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sensações






Me fiz sentir a vida assim, ao tocar o tempo que não se perde, ao fazer de tudo uma melodia...
Me fiz gostar ainda mais de ser quem sou, e saber que o sonho não termina quando se acorda, perceber que a doçura mora nos teus lábios...
E da vida eu sinto os toques, os cheiros, e tudo que existe de nós que se copia e se expande...se contrai meu peito e tenta expulsa-lo, desiste da impossível tentativa...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quem?


E quem vai sentir falta se a musica se calar?
Quem vai sentir saudade se o silencio se fizer mais profundo
e quem vai notar a inexistência do ritmo que se extinguiu?
Quem vai dormir mais tarde se mais um coração deixar de bater, na inútil teimosia de sofrer de amor...
E quem vai deixar de sair por que as janelas ficarão fechadas para sempre
Quem, me respondam quem
Quem vai deixar de sorrir se as flores deixarem de produzir perfume
Quem vai morrer um pouco pela ausência de amor
e quem? Quem vai chorar mais alto, quem vai chamar por mim?

Quem vai bater a minha porta quando me demorar a acordar
Quem vai notar que não saí pra trabalhar
E quem vai dizer a todos quem um dia fui?
quem vai então, como não apenas mais um, dizer que sente saudade?
Quem vai querer voltar para casa quando a chuva parar...
quem vai querer então me reencontrar?
Não, quem vai fazer do dia menos cinza, pra que meu peito não desista...
Quem vai querer adormecer perto pra meu sono velar?
Quem?












Foto(Diego Lameira)

segunda-feira, 18 de julho de 2011


Desorganizei a casa pra você entrar
Desarrumei a vida pra você chegar
E chegada a hora de nascer amor
tudo volta ao lugar, confusamente sem graça

Coloquei o amor onde antes estivera
replantei as flores no azul do céu
joguei os peixes de volta ao mar
e me falta ar pra saborear a vida

Repensei coisas que havia esquecido
Amei o ódio e o tirei para dançar
fizemos valsa no tapete vermelho
e dançamos amor pela escadaria


Joguei o tempo contra ele mesmo
e troquei as vidas de lugar
Armei contra o destino
e descansei no peito que não é meu

Endoidecida pelo desamor,
descobri passagens que me prendiam
embebecida pela minha insolência
me descobri muito mais perdida


E do amor não quero mais nada
a menos que ele também me queira
A vida é mesmo uma grande surpresa
e eu cansei de ser a única a não entender

Às vezes parece que estamos lado a lado
e vem o destino e nos desune
Às vezes parece que se desprende algo
que fica suspendendo esta existência

quinta-feira, 14 de julho de 2011


Como o ar que se prende nos pulmões até sufocar,
Como o amor que preenche algum espaço entre o peito e o córtex cerebral,
Como o sorriso que completa a face e faz rugas desejáveis,
Como o beijo que se adapta a saliva alheia e aprende tirar dela o melhor sabor

Mas como a incerteza que não queria ser assim
Mas como o medo que queria ter coragem
Mas como o sonho que queria ser pesadelo
Mas como tudo que sonho que queria ser real

Espero teus olhos acharem os meus
Espero tuas mãos encontrarem o caminho
Espero o fim que venha encontrar o começo
Espero acordar deste meu devaneio...

Busco a chuva a lavar a calçada seca
Busco o frio esquentar a alma
Busco o que já existe para compreender-me
Busco na mentira o que me acalma

Beijo uma boca a procurar a sua
Como se o ar que prendo pudesse conter-te
Mas como tudo que sonho não vem a ser meu
Espero o dia que matarei minha sede
Busco encontrar teu cheiro que já se perdeu...

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Teus olhos me acham, e eu me perco
sinto medo de ser e vontade de estar...

Teus olhos me buscam e eu fujo
e este medo de entender e não realizar...

Teus olhos se encaixam nos meus e eu desvio
é sempre o medo de amar como jamais pude...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Análise....


Das janelas, tão altas de minha alma, vejo seus olhos, tão indiscretos a me censurar...
Dessas ruas cheias de gente, cheirando a urbanidade, vejo sempre algo que me faz parar, analisar...
Dessas pedras já jogadas e que retornam sobre você, mostrando que na verdade os erros são somente seus...
E das calhas destas casas, vejo escorrer o limo verde, mostrando a velhice de nossas mentes, a apodrecer nosso senso de discernimento.
Geração após gerações sobrevive sempre o mesmo medo de cometer-mos os mesmos equívocos...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Excesso de verniz....


Se pudesse pedir silêncio, pediria o silêncio de uma música bem alta de Janes Joplin,
que quanto mais alto, menos se ouve as interferências do mundo...
Se pudesse pintar os muros, como no tempo que não se podia, faria caretas, pintaria todo o ódio em vermelho, lascivo e cravejado, destas coisas todas que sinto e que me transfiguram...
Mas se eu pudesse algo, algo que realmente ficasse pra sempre, calaria...
o silêncio também grita, também vocifera,
e faz-se ouvir de mais longe, ao menor ruído...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ainda...




É quando as flores artificiais murcham, que percebo o quão real era o que existia antes...
Até as paisagens no quadro da parede perderam as folhas... fica a vida em sépia...
Não quero fingir personagens, por que assim não seria verdadeiro, preciso de felicidade que dure...