Eu senti teu cheiro morno quase a aveludar, quando mexi em coisas na estante da sala de estar.
Ao revirar memórias que não me cabem mais. Sou por vezes tão pequena pra guardar tantas lembranças, me sinto assim tão indefesa, tão doce você diz, pobre menina...
Eu senti teu gosto ao degustar um vinho, até num copo d'agua, até perceber que teu gosto ainda vive em minha saliva...
Eu senti teu toque, seco, músculos a segurar, sem entender que meu coração pulsa, tentando expulsar, o que minhas entranhas não consideram um invasor, eu senti meu peito tentando arrebentar-se, e não adianta comprimidos, que nenhum vai aplacar, segurar você aqui dentro de mim...
Eu senti um medo, medo que não sei suportar, eu senti e pena que já passou, o sentido se perdeu dentro de minha cavidade auricular.
É como se eu pudesse quase tocar o vento, quase segurar um suspiro do tempo e passa...
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